A capital menos conhecida do Reino Unido (Cardiff, País de Gales)

Após uma visita ao atrativo enigmático de Stonehenge, foi necessário dirigir por mais três horas (evitando rodovias pedagiadas) até chegar à bela capital galesa, Cardiff. Esquecido por muitos, o País de Gales não costuma estrelar nos roteiros da maioria dos turistas. Nem mesmo dos mochileiros.

A capital menos conhecida do Reino Unido (Cardiff, País de Gales)

Logo ao chegar na cidade fiz uma parada na estação de trem para pedir informações e comprar um bilhete para Liverpool para as 13h20 do dia seguinte. Saindo de lá, parti para o albergue. Estacionei na garagem, fiz o check-in rapidamente e, quando fui sair novamente, descobri que alguém havia saído de carro e levado o controle do portão da garagem consigo. Eu tinha muita pressa, afinal partiria no dia seguinte. Mas tive que esperar. Enquanto aguardava, aflito e olhando para o relógio, o pessoal do albergue me ofereceu queijo e vinho – problema resolvido!

A propósito, fiquei hospedado no Cardiff Backpackers. Albergue bem localizado, com uma equipe muito atenciosa e, apesar dos quartos não serem nenhuma maravilha, eu me hospedaria lá novamente. Mas não tenho certeza se o local continua funcionando.

Cera de vinte minutos depois, o controle estava de volta e pude, finalmente, sair. No entanto, já havia escurecido, e eu não conseguiria conhecer a cidade apenas pela janela do carro. Decidi parar para jantar e retornar ao albergue.

Ficar ou não ficar em Cardiff?

Confesso que dormi muito mal aquela noite – mesmo estando sozinho num quarto para 12 pessoas – pois estava muito indeciso. Não sabia se deveria realmente seguir rumo a Liverpool no dia seguinte ou se deveria permanecer mais um dia na cidade para conhecê-la melhor. Eu tinha que manter meu roteiro prévio, pois um dia a mais em Cardiff seria, a princípio, um dia a menos em outro lugar. E eu já estava atrasado uns dois dias em relação ao meu roteiro original. Após algumas horas rolando na cama, e pensando muito, tomei a minha decisão e pude dormir tranquilo.

Na manhã seguinte, acordei mantendo a decisão da madrugada anterior. Peguei o carro, fui até a estação de trem e… troquei o bilhete! Sim, na balança das decisões Cardiff pesou mais. Levei em consideração, principalmente, o fato de que eu poderia não ter outra oportunidade de voltar àquele país. Eu jamais me perdoaria por isso. Passei na locadora para devolver o carro (pois a locação, que começou lá em Londres, era de 24h). Enfim, comecei a descobrir o encanto da capital.

Conhecendo Cardiff

Caminhei ao redor do Millenium Stadium que parece ser o grande orgulho da cidade, ainda mais dos apaixonados pelo rugby – o esporte nacional. Depois troquei um pouco de dinheiro para visitar o Cardiff Castle (onde integrei uma visita guiada). A torre do relógio é um dos cartões postais da cidade. O interior do castelo é bem interessante e nos jardins há uma coleção de faisões. Em seguida passei em frente ao City Hall e visitei o National Museum que possui obras de Monet, Renoir e Van Gogh. Há ainda, uma curiosa exposição sobre a evolução das espécies.

A capital menos conhecida do Reino Unido (Cardiff, País de Gales)

De ônibus, segui para Cardiff Bay. Trata-se de uma animada área da cidade que compreende prédios antigos, como o Pier Head Building, outros mais modernos, como o Millenium Centre, além de uma grande concentração de lojas, cafés e restaurantes. E tudo isso fica abarrotado nos finais de semana, constituindo o passatempo preferido das famílias locais. A Norwegian Church, estabelecida em 1868 para servir aos navegadores noruegueses, é mais um atrativo da baía. Para os turistas, como nós, existe também um centro receptivo, repleto de informações e histórias sobre Cardiff.

A capital menos conhecida do Reino Unido (Cardiff, País de Gales)

De volta ao centro da cidade, passeei pela Queen’s Street – um calçadão comercial. E, por fim, caminhei pelo Bute Park para recuperar as energias junto à natureza. Meu dia foi ótimo e, com certeza, valeu a pena esticar a estada em Cardiff!

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Já no albergue, tomei um banho, saí e me perdi tentando encontrar outro albergue da mesma rede para utilizar a internet. Acabei entrando em uma região meio suspeita. Voltei depressa, pedi orientações na recepção e encontrei o caminho! Antes de dormir, deixei minha mochila arrumada para partir bem cedo.

No dia seguinte, acordei sonolento, fui para a estação e após três informações diferentes (e muita correria), consegui pegar o trem certo. A correria foi boa, ao menos, pra eu acordar de vez! Desembarquei em Chester, onde aguardei alguns minutos pelo trem que me levaria a Liverpool.



Este é o 11º post da série Mochilão na Europa I (28 países)

Leia o post anterior: O mistério de Stonehenge (Stonehenge, Inglaterra)

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GUILHERME GOSS

Turismólogo, travel writer e diretor da Reisen Turismo. Tem duas paixões: sua família e as viagens. Começou a viajar aos 17 anos e, até agora, 65 países não foram capazes de detê-lo! Sua melhor viagem é sempre a próxima!

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